A Comunicação Interna no trabalho remoto
A adesão do trabalho remoto
No final de 2017, a pesquisa “O Futuro do Trabalho”, foi divulgada pelo site Transformação Digital e mostrou que, ao menos um terço das empresas pretendiam incentivar, de alguma forma, o trabalho remoto no ano seguinte.
Este formato era algo previsto para ser aderido de forma gradativa por algumas organizações, se não fosse a pandemia culminar no final de 2019 e antecipar o modelo para milhões de trabalhadores do mundo todo.
Percebo muitas empresas de sucesso que operam neste formato, e até coloco a adoção deste modelo como um dos fatores principais da prosperidade de tais organizações.
No entanto, também vejo casos de insucesso com a adesão do home office, na qual empresas têm grandes perdas na cultura organizacional, profissionais desengajados, diversos ruídos sobre as decisões da empresa etc.
A importância da comunicação interna no trabalho remoto:
O trabalho remoto traz o desafio de não estarmos vendo uns aos outros, a empresa não consegue acompanhar real time o colaborador e vice-versa.
Faço uma analogia com o relacionamento conjugal, se os valores de confiança, diálogo, transparência e empatia não estiverem bem fortalecidos, as chances de dar errado são grandes. Por conta disso, vejo o protagonismo da comunicação interna entrar em cena para fortalecer esta relação.
Independente do modelo de trabalho, as organizações têm a grande missão de garantir um fluxo de informação consistente frente aos seus colaboradores, que entregue valor e ao mesmo tempo não os sobrecarregue. Que seja clara ao posicionar quais as decisões da empresa, que reforce a cultura organizacional, que informe o porquê de eventuais mudanças, onde a empresa quer chegar e o que os empregados precisam fazer, em suas funções, para colaborar com tais objetivos.
2 pilares fundamentais da comunicação interna no modelo home office:
Canais de comunicação digitais da empresa com seus empregados e comunicação dos líderes com suas equipes.
Os canais de comunicação digitais devem ser institucionalizados, os colaboradores devem saber quais os canais oficiais que a empresa se comunica com eles. Estes devem ser estruturados considerando as especificidades de tal público e os diversos atributos de qualquer canal de comunicação, como linguagem, recursos, formato, periodicidade etc.
O papel da liderança
Além disso, as lideranças devem ter consciência do seu papel como o principal canal de comunicação dentro das organizações. Devem representar a empresa em seus discursos e saber mediar as necessidades entre organizações e equipes.
Segundo Analisa Brum, o desenvolvimento das lideranças para transformarmos líderes em comunicadores deve estar alicerçado em: conscientização e empoderamento, treinamento, rituais de informação, instrumentalização e monitoramento.
Há diversas visões se o trabalho remoto é um bom formato ou não. Ao meu ver, o importante é entender as particularidades de cada empresa, e avaliar se a adesão vai trazer ganhos corporativos e saber gerir os desafios do modelo.
A comunicação interna pode ser uma das adversidades deste formato se não bem administrada. Em contrapartida, se gerida com expertise, traz grandes diferenciais competitivos para as organizações.
Sobre a autora:
Apaixonada pela comunicação com e para pessoas!
Trabalha com comunicação há quase 10 anos e vem se especializando em comunicação interna e endomarketing. Já teve experiências em diferentes setores corporativos, como em empresas de tecnologia, varejo, mídia e educação. É pós-graduada em Comunicação Corporativa pela ESPM, com extensão na Universidade de Coimbra/Portugal; Graduada em Relações Humanas e Comunicação Eficaz pelo Dale Carnegie; e Bacharel em Comunicação-Social com habilitação em Relações Públicas na Universidade Federal de Santa Maria.
Tem dois projetos na área, a Soma – Escola de Comunicação e Marketing e o Canal no Youtube Dani Moreira l Comunicação Interna e Endomarketing.